Sorte ao contrário
Sabe aquelas histórias que o povo conta de dias de má sorte? Um dia inteiro de acontecimentos ruins? Nunca pensei que realmente pudesse acontecer, mas aconteceu comigo.
Estudo no período da tarde, mas nesse dia a aula começaria um pouco mais tarde. Num primeiro momento resolvi ir a outro lugar que precisa há muito tempo. Até então tudo certo. Tive que pegar dois ônibus para chegar, entretanto, estavam vazios e o trânsito tranquilo. Cheguei ao meu destino mais rápido que imaginava.
Então foi aí que a saga começou... (lembrei de uma animação que fiz, coloquei a música “The Raiders March”. Veja: Antes Mesmo de Nascer...). Quando cheguei ao meu destino começou a chover. Pouco. De leve. Fazia cócegas no nariz. Resolvi o que fui resolver. Quer dizer, se deu errado... Não resolvi o que fui resolver. Os papéis que fui buscar não estavam lá. Teria que fazer outro protocolo e esperar, depois de um dia, para ir buscar. Logo, minha ida foi em vão.
Ao sair do local, eis que a chuvinha leve tinha virado um vendaval. A portaria do estabelecimento começou a inundar. Começaram a sair insetos (baratas – grandes) pelo boeiro. Estava quase impossível de sair. Alguns se arriscavam. Chegavam, saiam. Só que eu não queria atrapalhar meu cabelo, molhar minha roupa bonitinha.
A chuva diminuía, aumentava, diminuía. Foi quando decidi que não daria para ir para a aula. De qualquer jeito chegaria molhada. E ficar a tarde inteira com a roupa molhada, ninguém merece. (Visto que já passei por isso algumas vezes, inclusive no Rock In Rio 2011, quando esperava o Sr. Axl Rose entrar no palco.)
Pois bem, fui embora para casa. Só não esperava que seria um looongo caminho.
Iria pegar o caminho mais fácil e rápido para chegar em casa. Saí do local onde estava, debaixo de uma chuva tremenda. Relâmpagos a todo “gás”. Estava tudo inundado na portaria. Tudo bem, isso iria me molhar mesmo. Só que quando cheguei na avenida.... A água alcançava minha canela. Tampava meus lindos sapatinhos DE PANO. E o vento? O vento queria me roubar minha sombrinha. Porém eu sou forte e consegui segurar. Foi um exercício físico pesado para os meus braços. Uma hora na musculação.
Fiquei um tempo gigantesco no meio da avenida esperando o sinal fechar. Carros jorravam água adoidado (aí tive sorte, pois onde estava, na rua, tanto atrás quanto à frente, não passavam carros). A chuva só aumentava. A inundação só aumentava. E os trovões só aumentavam. Juro que pensei que morreria com um raio ali. Toda molhada, sombrinha com parte de metal, com os pés submersos na água: “Pronto, serei eletrocutada aqui, sozinha.”
Por Deus, atravessei sem que nenhum raio me pegasse. Fui pro ponto de ônibus. Era longe. Mas vinha chegando um ônibus que conhecia e decidi que iria pegá-lo. Quando, dentro daquele mormaço que estava o coletivo, dei por mim que peguei o ônibus errado. Não era o caminho que deveria pegar. Teria que andar muito para pegar o ônibus que iria para casa.
“Pelo menos”, pensei eu, “conhecia o caminho. Sabia onde estava e para onde deveria ir”. E lá fui eu, na coragem. A chuva ainda era forte e todo o caminho, o passeio estava inundado. Parei um instante esperando o semáforo fechar, quando percebi que minha cabeça estava toda molhada. Escorria água pelo meu rosto. Guarda-chuva estava furada! Não acreditei e comecei a rir. Era uma sombrinha nova, linda, grande e... FURADA. Nem precisava mais. Estava molhando toda mesmo. Mas o pior era a inundação. Pelo menos eu não era a única. Algumas pessoas se aventuravam (algumas mulheres se aventuravam, os homens estava se escondendo – não se fazem mais homens como antigamente, ou os homens nunca foram corajosos mesmo... Sorry!). Foi que então......
Cheguei no ponto de ônibus. Que chegou rapidinho. Vazio.
E cheguei em casa. Demorou um pouquinho, mas não foi tanto.
A noite minha cabeça começa a doer. Comecei a perder a voz.
No outro dia corpo doendo. Garganta e ouvidos doendo. E a cabeça? Estourando.
Atchim...
Imagens: Google.com
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